"PRETENDENDO confirmar a solidariedade que liga a Europa e os países ultramarinos, e desejando assegurar o desenvolvimento da prosperidade destes..." Estávamos em Roma, durante o ano de 1957, quando Bélgica, Holanda, Luxemburgo, França, Itália e Alemanha, instituíam a Comunidade Económica Europeia, infelizmente, qualquer semelhança com a União dos nossos dias é pura coincidência! Fast forward algumas décadas, a saída de cena dos regimes de extrema-direita, protagonizados por Salazar, Franco e os Coronéis Gregos, transformavam a integração europeia numa verdadeira oportunidade de desenvolvimento económico - o El Dorado europeu. No entanto, como nem tudo o que brilha é ouro, também a União começou a perder o fulgor enquanto ziguezagueava para bem longe dos seus princípios fundadores, dando lugar à Europa-Metrópole e à Europa-Colónia, a Estados de 1ª e Estados de 2ª.
A Europa vive hoje sob a lógica de uma cidadela, uma fortificação dentro das muralhas de uma cidade, sendo a protecção externa construída para fazer face a ameaças exógenas, e a civitas como garantia da lealdade interna, como defesa em relação a si mesma, como a cerca de uma pocilga descontrolada. Urge refundar o projecto europeu, pois uma União governada através de conferências de imprensa e por quem não foi eleito para o efeito, é uma União em constante impasse e sem rumo definido.
Destarte, o primeiro passo terá de vir da "pocilga", e mais do que apontar culpas à classe política do passado, os países terão de julgar-se a si próprios. Só assim será possível uma nova Europa, uma União livre do complexo de superioridade que criou Europeus de 2ª, e liderada por uma Comissão Europeia, eleita de forma directa, como garante da equidade entre os interesses dos países maiores e os mais pequenos.
Uma outra Europa é possível, uma verdadeira União é urgente!
Uma outra Europa é possível, uma verdadeira União é urgente!
Sem comentários:
Enviar um comentário