domingo, 23 de outubro de 2011

Opinião - Balanço do papel da JSD/M na campanha eleitoral, lições a retirar e o caminho a percorrer!

Começo desde já por felicitar todos aqueles que se esforçaram por fazer uma campanha política de verdade, na conjuntura particularmente difícil em que ocorreram estas eleições.
Devem sentir-se orgulhosos porque o objectivo da maioria absoluta foi cumprido e atingido, todavia devemos reflectir e aprender com os nossos erros porque nem tudo foi perfeito.

Fizemos o que nos competia, cada um de acordo com as suas possibilidades e tempo disponível, seguimos o Presidente de uma ponta à outra da ilha galvanizando os sítios em que passávamos com o espírito fervoroso e incandescente próprio de quem é jovem e como se diz na gíria popular de quem tem sangue na guelra.

No entanto, o que tudo tinha para ser perfeito infelizmente não o foi e para ser honesto, foram cometidos erros de principiante que eram escusados e que poderiam ter sido evitados, erros que não são próprios da história e dos valores de uma estrutura partidária com a competência perfeccionista que se espera da JSD e que poderiam ter deitado tudo a perder.
Numa altura em que a seriedade da política madeirense tem sido posta em causa em todos os momentos pela comunicação social a nível nacional e internacional, é necessário mais do que nunca que a JSD se distinga e evidencie pelo exemplo e o modelo que deve ser para todos os jovens madeirenses.

A credibilização da política tem de começar pelos jovens e por isso todos nós unidos pela cor e os valores que norteiam a actuação da JSD, temos a responsabilidade de como se diz no futebol, suar a camisola que representamos, temos a obrigação como referência das próximas gerações que pretendemos ser, de nos pautarmos pela excelência dos nossos comportamentos e pela perfeição dos nossos actos.
É verdade que é difícil e problemático tendo em conta a instituição partidária que representamos, somos o centro das atenções em tudo o que fazemos e temos muita gente a querer o nosso insucesso e a nossa derrota.
Mas é precisamente por estas razões que nos devemos empenhar para que em futuros eventos não ocorram os mesmos episódios lamentáveis, este não é o lugar para aqueles que não aguentam a pressão e a exigência do cargo que ostentam, a política é dura e exige de nós em tempos de agitação a maior serenidade e firmeza possível.
A JSD não pode ser nem deve servir só para abanar bandeiras, distribuir canetas, autocolantes e t-shirts, a JSD é muito mais do que isto e tem de ir para além disto.
Não devemos querer ver o partido ditar e a pressionar o nosso caminho. Existe muita capacidade participativa e interventiva por parte dos jovens madeirenses e por tanto temos de ser nós a incentivar e a defender a liberdade de pensamento crítico dos nossos jovens.
Cabe-nos a nós juventude a irreverência, não de actos mas de discursos que empolguem pelas ideias a opinião pública e façam a sociedade pensar.

Venho desta forma dar algumas propostas e ideias que acredito que serviriam para dar alguma credibilização às Juventudes Partidárias nomeadamente à JSD que naturalmente me insiro:
-Credibilizemos a JSD trazendo qualidade e não tanto quantidade para dentro da nossa família. Temos a obrigação de trazer em primeiro lugar as pessoas que são sérias e acreditam em valores, não nos serve de nada termos a pessoa mais brilhante que na primeira oportunidade se verga e é corruptível.
-Devemos trazer os jovens que têm provas dadas na vida académica e profissional. O afastamento de pessoas de talento da vida política deve-se muitas vezes ao simples facto das pessoas que estão à frente de cargos públicos não serem as mais indicadas para o lugar e ninguém querer trabalhar com incompetentes.
Como fazemos isto perguntam vocês?
-Aumentando a idade de filiação passando-a dos 14 para os 18 anos ao mesmo tempo que prolongamos dos 30 para os 34 anos a permanência na JSD. Nenhum jovem aos 14 anos tem maturidade e sapiência para definir a sua ideologia política e contribuir com ideias para o partido.
Aliás muitas vezes o que acontece é a interferência das juventudes partidárias nas associações académicas apoiando com material de campanha ou até mesmo financeiramente por troca de filiações e apoios às suas listas. Este tipo de promiscuidades deve desaparecer da vida política.
Quanto muito podíamos alargar o estatuto de simpatizante aos jovens que gostassem de integrar a JSD dos 14 aos 18 anos, embora sem poderes de voto e sem a obrigatoriedade de quando atingirem a maioridade serem militantes da JSD, apenas e só com o intuito de participação cívica e de voluntariado.
-Outra medida seria a de abrir a JSD à sociedade civil, convidando os jovens que se destacam na sociedade madeirense, seja na vida académica, no seu trabalho ou pela sua história de vida, para que entrem nas iniciativas por nós organizadas.
Porque é que não se cria um blogue oficial da JSD a ser coordenado por exemplo pelo Gabinete de Estudos ou Relações Internacionais, onde de três em três meses sejam avaliados os melhores 2 ou 3 artigos/trabalhos, galardoando-os com um prémio simbólico monetário ou expondo os seus trabalhos num jornal ou página oficial da JSD na internet.
-Porque é não se organiza em cada semana uma tertúlia cujo único objectivo seria convidar uma pessoa de renome para falar do tema da actualidade nacional e internacional que nos pusesse todos a debater e discutir ideias. 
São propostas simples mas que tenho a certeza seriam mais eficazes em termos de aprendizagem e formação política que por ventura outras mais dispendiosas e sem resultados práticos.

Por fim, tenho de felicitar a Comissão Política pela ideia inovadora e de sucesso que é sem dúvida a criação da JSD-TV no You Tube, um instrumento fundamental para chegar aos nossos jovens informando-os das nossas ideias e iniciativas, dando-lhes conta de maneira directa e intuitiva do trabalho que está a ser desenvolvido na JSD.
Quero agradecer aos meus amigos Bloggers pelo convite e excelente iniciativa que é a criação deste espaço onde predomina a pluralidade de ideias e o respeito pelas mesmas, espero estar a altura!

Francisco Gonçalves Marques

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