
Estarão aqui algumas dicas para reflectir, ficando ao critério de cada um utilizá-las e adaptá-las ao contexto e às características de cada grupo, em situações de liderança.
Num primeiro ponto, é fundamental que um líder tenha bem patente o significado de Líder e Liderança. São várias as tentativas de definição, no entanto, deixo a distinção entre estes dois conceitos. Liderança “É o papel que se define pela frequência com que uma pessoa influência ou dirige o comportamento de outros membros do grupo (McDavid e Herrara, s/d) e o líder “ (…) é aquele que determina as mudanças mais eficazes na actuação do grupo” (Cattel). Se um líder não tiver estes conceitos bem assentes, jamais conseguirá alcançar os objectivos propostos, jamais conseguirá elevar o seu grupo, o que poderá colocá-lo em risco, algo que eu receio nos últimos tempos.
Um bom líder deve primar pela Justiça, Honestidade, Humildade, Respeito, Consistência, Auto-conhecimento e Assertividade.
Justiça: A falta de equidade dentro de um grupo leva a sentimentos de descontentamento e desconfiança. Ser justo não significa ser igual para todos, mas sim tratamento igual, em situações semelhantes. O importante não é que o líder considera justo, visto que isso é a sua própria perspectiva, mas antes o que o grupo percepcione o líder como tal.
Honestidade: o líder deve ser considerado uma pessoa de palavra, que ao prometer, cumpre. Sempre que se criam expectativas no grupo, deve fazer -se tudo para que estas sejam cumpridas. Para isto, será importante, antes de criar qualquer tipo de expectativa, o líder certificar - se de que a possibilidade de as satisfazer está nas suas mãos.
Humildade: é importante que o líder assuma os seus deveres, obrigações, erros e culpas, sem descartar para cima do seu grupo. Considero este, um princípio fulcral. Uma pessoa jamais poderá ser líder não assumindo as suas responsabilidades
Respeito: respeito pelo grupo que lidera, sem denegrir a sua imagem, respeito por todas as identidades e pela sociedade na qual se insere, caso contrário corre o risco de ser rejeitado por outras pessoas, até mesmo o seu próprio grupo.
Consistência: a liderança é o assumir o risco de um novo desafio. Perante uma experiência é positivo explorar a capacidade de realizar novas aprendizagens e analisar os próprios sentimentos. Reflectir acerca do que aconteceu e do papel assumido para a resolução do problema.
Auto-conhecimento: É importante saber-se quais as mais-valias, bem como as limitações. Para isto, pode recorrer -se a estratégias como a auto-reflexão, reflectir acerca das próprias experiências, analisado sucessos e fracassos, bem como causas consequências.
E por fim, a Assertividade: ser assertivo na resolução de conflitos e problemas, sem ser agressivo e sem magoar sentimentos, tendo em conta os direitos e deveres do próprio e do outro.
Por vezes, os líderes incorrem no erro do, síndrome do eu: é muito desmotivante, para uma equipa, ter um líder que constantemente utiliza o “eu” em vez do “nós”. Por vezes, o líder utiliza o “eu” para se referir aos sucessos e, o“nós” para os fracassos. O líder deve sempre atender ao facto de estar a trabalhar num colectivo e onde é mais um do “nós”. É errado para um líder pensar “ quero, mando e posso”, se assim for, poderá obter um grupo desmotivado, e sem confiança.
Gostaria também de aqui deixar uma palavra aos liderados, sejam pró-activos, não se acomodem às situações, não tenham medo de questionar o que acham estar errado. Dêem sempre a vossa opinião, exponham as vossas ideias, porque um bom líder sabe sempre aceitar, e criticar construtivamente quando necessário. Caso contrário, têm de repensar o líder que está a dar a cara por vocês, porque basta um para prejudicar a imagem de uma estrutura.
Finalizo, deixando uma afirmação de um grande líder “Qualquer poder numa sociedade moderna, deve ser hoje repartido e multiforme e quaisquer tentativas, e muitas foram feitas no passado em Portugal, para o concentrar, denotam exclusivamente incapacidade para o seu exercício. Aqueles que de facto mais poder queriam ter, sempre foram os menos capazes de o exercer.” Francisco Sá Carneiro
Rogério Gouveia
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