quarta-feira, 9 de novembro de 2011

As regras da LIDERANÇA!

Perante alguns comportamentos menos adequados que temos vindo a assistir por parte de alguns líderes, achei pertinente abordar alguns aspectos que devem ser considerados numa liderança eficaz. 

Estarão aqui algumas dicas para reflectir, ficando ao critério de cada um utilizá-las e adaptá-las ao contexto e às características de cada grupo, em situações de liderança.

Num primeiro ponto, é fundamental que um líder tenha bem patente o significado de Líder e Liderança. São várias as tentativas de definição, no entanto, deixo a distinção entre estes dois conceitos. Liderança É o papel que se define pela frequência com que uma pessoa influência ou dirige o comportamento de outros membros do grupo (McDavid e Herrara, s/d) e o líder “ (…) é aquele que determina as mudanças mais eficazes na actuação do grupo” (Cattel). Se um líder não tiver estes conceitos bem assentes, jamais conseguirá alcançar os objectivos propostos, jamais conseguirá elevar o seu grupo, o que poderá colocá-lo em risco, algo que eu receio nos últimos tempos.

Um bom líder deve primar pela Justiça, Honestidade, Humildade, Respeito, Consistência, Auto-conhecimento e Assertividade.

Justiça: A falta de equidade dentro de um grupo leva a sentimentos de descontentamento e desconfiança. Ser justo não significa ser igual para todos, mas sim tratamento igual, em situações semelhantes. O importante não é que o líder considera justo, visto que isso é a sua própria perspectiva, mas antes o que o grupo percepcione o líder como tal. 
 Honestidade: o líder deve ser considerado uma pessoa de palavra, que ao prometer, cumpre. Sempre que se criam expectativas no grupo, deve fazer -se tudo para que estas sejam cumpridas. Para isto, será importante, antes de criar qualquer tipo de expectativa, o líder certificar - se de que a possibilidade de as satisfazer está nas suas mãos.
 Humildade: é importante que o líder assuma os seus deveres, obrigações, erros e culpas, sem descartar para cima do seu grupo. Considero este, um princípio fulcral. Uma pessoa jamais poderá ser líder não assumindo as suas responsabilidades
 Respeito: respeito pelo grupo que lidera, sem denegrir a sua imagem, respeito por todas as identidades e pela sociedade na qual se insere, caso contrário corre o risco de ser rejeitado por outras pessoas, até mesmo o seu próprio grupo. 
 Consistência: a liderança é o assumir o risco de um novo desafio. Perante uma experiência é positivo explorar a capacidade de realizar novas aprendizagens e analisar os próprios sentimentos. Reflectir acerca do que aconteceu e do papel assumido para a resolução do problema.
 Auto-conhecimento: É importante saber-se quais as mais-valias, bem como as limitações. Para isto, pode recorrer -se a estratégias como a auto-reflexão, reflectir acerca das próprias experiências, analisado sucessos e fracassos, bem como causas consequências. 
 E por fim, a Assertividade: ser assertivo na resolução de conflitos e problemas, sem ser agressivo e sem magoar sentimentos, tendo em conta os direitos e deveres do próprio e do outro. 

Por vezes, os líderes incorrem no erro do, síndrome do eu: é muito desmotivante, para uma equipa, ter um líder que constantemente utiliza o “eu” em vez do “nós”. Por vezes, o líder utiliza o “eu” para se referir aos sucessos e, o“nós” para os fracassos. O líder deve sempre atender ao facto de estar a trabalhar num colectivo e onde é mais um do “nós”. É errado para um líder pensar “ quero, mando e posso”, se assim for, poderá obter um grupo desmotivado, e sem confiança. 

Gostaria também de aqui deixar uma palavra aos liderados, sejam pró-activos, não se acomodem às situações, não tenham medo de questionar o que acham estar errado. Dêem sempre a vossa opinião, exponham as vossas ideias, porque um bom líder sabe sempre aceitar, e criticar construtivamente quando necessário. Caso contrário, têm de repensar o líder que está a dar a cara por vocês, porque basta um para prejudicar a imagem de uma estrutura. 

Finalizo, deixando uma afirmação de um grande líder “Qualquer poder numa sociedade moderna, deve ser hoje repartido e multiforme e quaisquer tentativas, e muitas foram feitas no passado em Portugal, para o concentrar, denotam exclusivamente incapacidade para o seu exercício. Aqueles que de facto mais poder queriam ter, sempre foram os menos capazes de o exercer.” Francisco Sá Carneiro
 
Rogério Gouveia

Sem comentários:

Enviar um comentário