quinta-feira, 6 de outubro de 2011

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Aproxima-se o fim de uma das mais atribuladas campanhas de sempre, no que se refere a eleições legislativas regionais na Madeira. Entre os extremos das acusações e das vitimizações não se encontra a virtude, mas antes uma extrema necessidade de olhar para o futuro desta ilha e do seu povo. Um futuro para além de contabilidades políticas, onde o cerne será a efectiva governação em austeridade. Nestes tons de sépia há muitas incertezas, para as quais a juventude regional tem que estar preparada a fazer sacrifícios materiais.

Sei que não é popular fazer as seguintes questões, mas é necessário fazê-las: em tempos de austeridade estará certo que os bares e as discotecas estejam cheias de jovens a gastar dinheiro? Estará correcto que a prioridade de uma parte da sociedade madeirense esteja virada para o acessório, exterior e fugaz, actividades que não trazem valor acrescentado para o futuro? Nada contra a socialização, mas esta tem que estar em linha com as exigências diárias, enquanto alegres excepções às regras do quotidiano. O cidadão não pode se desresponsabilizar das actividades cívicas e políticas, pois tal põe em causa o próprio funcionamento da democracia.

No Verão explicavam-me que os arraiais regionais estavam cheios de madeirenses, por motivos de alienação e escape à dura realidade do dia-a-dia. Meus caros, é tudo uma questão de priorização orçamental. Afinal, falamos sobre a necessidade do Estado apertar os cordões à bolsa e se cingir ao essencial em termos de investimentos, mas o cidadão privado não se coíbe de gastar as suas parcas poupanças (muitas vezes em forma de empréstimo!) em divertimentos nocturnos? Se a própria população reduz as suas actividades ao “comer e beber” tribal, então de facto não nos podemos queixar se os partidos respondem com “pão e circo”.


RB

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