Costuma-se dizer que esta última semana serve apenas para repetir aquilo que foi sendo dito ao longo do tempo, num esforço frenético e desesperado para conseguir mais alguns votos. Mas será que nos espera alguma surpresa?
Esta campanha ficou indubitavelmente marcada pela dívida da Madeira. A certa altura tudo o resto se esfumou e o debate em torno da dívida ganhou contornos ridículos. No entanto, houve, antes disso, tempo, apesar de pouco, para os partidos conduzirem a sua campanha pelo caminho que previamente tinham delineado.
Nunca antes os partidos da oposição tinham afirmado de forma tão veemente que o Governo de Alberto João Jardim tinha chegado ao fim. Essa ideia, partilhada por todos os partidos da oposição, levou a que se fizesse uma "coligação silenciosa" contra o PSD, coligação essa que uns
consideram reforçada com a revelação da dívida da ilha, enquanto outros a consideram desfeita.
A verdade é que esta revelação causou alguma anarquia em todos os partidos que concorrem a
estas eleições, maior para uns, menor para outros. A questão prende-se com a perda de maioria, ou não, do PSD.
No PSD ninguém equaciona, pelo menos publicamente, a perda dessa maioria, embora Alberto João, num cenário que o próprio nem quis aceitar, disse que podia haver lugar a coligação com o CDS caso não fosse atingido o número mínimo de 24 deputados. Agora mais que nunca assiste-se a uma união de esforços dentro do partido laranja para sair vitorioso no dia 9 de Outubro.
No que diz respeito à oposição, todos esforçam-se ao máximo para quebrar a maioria social-democrata, lançando assim os seus trunfos. O PS sustenta-se no seu Governo sombra, o CDS no facto de ser Governo em Lisboa através de uma coligação com o PSD, o PND usando a sua campanha mais humorística e recorrendo à sátira e por aí fora.
Os dados estão lançados para esta última semana, resta-nos esperar pelo desenrolar dos acontecimentos e sobretudo pelo dia 9 de Outubro!
Maurício Ornelas
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