terça-feira, 11 de outubro de 2011

Desejos


 
Terminou o conturbado processo de eleições à Assembleia Legislativa da Madeira, marcado por um alto grau de violência política generalizada. Já muito foi partilhado sobre a matéria, inclusivamente neste espaço de discussão.

Temos que olhar para a frente, sempre. Mas não é um olhar inconsciente. Temos que seguir em frente, munidos de valores éticos para a actuação política, pois nunca a situação regional, nacional e internacional exigiu tanta responsabilidade ética por parte dos políticos.

Tal com se faz no início do dia 1 de Janeiro ou em qualquer início de um novo ciclo, tenho uma pequena lista de desejos para esta nova legislatura regional. Uso a imagem do dente-de-leão, que com o sopro humano espalha as suas sementes pela Terra. Quero partilhar este exercício convosco:

  1. Que os extremismos fiquem à porta, e que os excessos violentos da campanha sejam controlados de uma vez por todas. Nunca será cliché demasiado dizer que os políticos têm que ser exemplos para a população, especialmente quando se trata da juventude.
  2. Que todos os deputados eleitos honrem a responsabilidade cívica que paira sobre cada mandato da ALRAM. A esfera privada e a esfera pública da vida de um político não são espaços cirurgicamente distintos, por isso é fundamental que sejamos governados e representados por cidadãos responsáveis.
  3. Que se debatam ideias concretas para concertar as finanças regionais e que se proponham novas estratégias de governação económica. Pode parecer um choque depois de 2 semanas intensas de campanha partidária, mas é óbvio que a solução para a Madeira é uma síntese de todas as visões divergentes na ALRAM.
  4. Que não se tenha medo de ousar na diferença. As idiossincrasias regionais são o que nos tornam especiais, e nunca nos devemos conformar a um modelo e a uma visão homogeneizadora imposta sobre os madeirenses.
  5. Que a democracia e a liberdade de imprensa nunca volte a ser barricada à vontade de uma mão cheia de homens. O faroeste está no passado histórico por alguma razão e a evolução segue os ditames do civismo e não da guerrilha.
  6. Que se respeite quem está do outro lado do plenário da Assembleia, em tolerância pela pluralidade, sem insultar a inteligência nem das minorias, nem da maioria. O fio condutor da democracia é o respeito mútuo.
  7. Que quem esteja a ler esta lista, partilhe a sua visão de uma política melhor, usando para isso os comentários a este post. Política é um exercício comunitário diário - não se faz só em plenários e os cidadãos devem intervir com ideias para além do acto eleitoral.
 Quem tem o n.º 8, 9, 10, 11, 12...?

RB

21 comentários:

  1. 8. Que o desempenho político não seja estático e acomodado, antes dinâmico e evolutivo. Nos tempos que atravessamos e perante os desafios que se nos apresentam há que ter a capacidade de avaliar, adaptar e inovar.

    9. Que todos os deputados eleitos cumpram os compromissos que apresentaram, ajustando-os, sempre que necessário, aos anseios dos cidadãos que representam e respondam perante o eleitorado a uma avaliação permanente do seu trabalho.

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  2. 10. A nossa autonomia não é meramente administrativa, formal e decorativa. Não é apanágio de uma minoria. Temos que ser autónomos igualmente noutros domínios: na cultura, na afirmação política, na economia. Isto implica maior liberdade, mas igualmente maior responsabilidade.

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  3. 11. Nesta legislatura espero que os nossos representante se rodeiem de peritos quando discutirem os mais variados assuntos. Legislar sem um conhecimento minimamente profundo do assunto é legislar inconsequentemente.

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  4. 11. Que se respeite a assembleia
    -Com o coelho e a coelha, mais os vários candidatos do PND que irão rodar durante os próximos 4 anos, desejo que a assembleia não se torne um palco de circo, pois esse será instalado na praia formosa durante a época natalícia.
    12. Que os deputados tenham em consideração que foram eleitos para defender os interesses do povo da Madeira e do Porto Santo. Espero que não vão para lá para fazer com que os familiares e amigos ganhem mais algum..

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  5. 13. Que a democracia não se resuma ao voto e que, pela exigência contínua da cidadania activa, recupere a qualidade que perdeu.

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  6. 14. Que se sentem os políticos, e partidos partdios todos à mesa, na tomada de decisões concertadas e coerentes;

    15. Que a sociedade civil, seja auscultada de modo a quem tem a caneta e o papela na mão do poder legislativo perceba a actual realiadade;

    Rúben Aguiar Santos.

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  7. 16 - Que se evite situações que se tornaram um pouco comuns na anterior legislatura;

    17 - Que haja renovação de quadros políticos já na formação do Governo Regional;

    18 - E que a democracia e a autonomia saiam sempre vencedoras, tanto em palavras como em comportamentos.

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  8. 19 - Que o presidente do Governo Regional e os membros do seu governo se dignem a submeter-se ao escrutínio da assembleia legislativa, eleita pelo povo. Que o presidente do Governo, respeite a "casa da democracia compareça com maior frequência nas sessões plenárias e seja capaz de debater com os deputados eleitos. Que a maioria parlamentar não sirva apenas para subjugar a assembleia ao Governo Regional/PSD e, assim subverter as regras elementares de um estado democrático.
    20 - Que tal como o Coelho e "Coelha", Jaime Ramos e José Pedro Pereira se comportem com a dignidade que se exige e evitem as cenas que tornam as sessões plenárias em espectáculos degradantes, onde proliferam os insultos pessoais mais brejeiros.

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  9. 21. Que se aposte, de uma vez por todas, nos sectores que nos diferenciam e nos produtos que nos identificam. Temos de copiar de fora apenas as boas práticas, não o nosso traço cultural. O Combate ao abandono dos campos (com repercussão imediata no turismo, pois quem nos visita não quer ver silvado e cana-vieiras) recuperando o vinho licoroso mas também o de mesa, o "resgate" das nossas actividades artesanais (bordado, mobiliário de vime),a mudança de mentalidades para que o regresso a estas origens não constitua constrangimento, uma aposta séria nas pescas com a constituição de associações/cooperativas que aproveitem os desempregados da construção que já se fazem ao mar "desportivamente", a aposta na industria transformadora que confira mais valia comercial aos frutos do sector primário (agricultura, pecuária e pescas) com recurso a exemplos do que os nossos antepassados faziam de indentitário (queijos,manteigas,compotas/geleias. Passagem das industrias transformadoras definitivamente para o sector privado. Adaptação de legislação comunitária referente à produção agrícola e pecuária às nossas próprias especificidades( exiguidade de espaço e orografia acentuada) - se a legislação exterior não se adapta à nossa realidade cabe à ALM justificar a sua existência legislativa.

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  10. 22. Que as responsabilidades sejam assumidas e os devidos cargos para que foram eleitos sejam levados a cabo com toda a seriedade e respeito que assim o exigem, pois cada decisão e acto reflecte-se num todo.

    23. Que haja uma troca real de ideias concretas e com um objectivo colectivo para o bem de todos nós. Acima de qualquer emblema partidário que haja alguma união e concenso nas decisões a serem levadas a cabo pois é o futuro de todos que está em jogo.

    24. Que sejamos ouvidos e as nossas opiniões respeitadas. Todos temos uma palavra a dizer e hoje, mais do que nunca, o tema "política" nunca foi tão debatido e falado, o que faz com que as pessoas pensem por si próprias e tentem entender e questionar o que foi feito, o que se está a passar e o que pode advir de tudo isso.

    25. Que se inovem nas ideias, ideais, moralismos, opiniões, decisões, com atitude e coragem e que não tenhamos medo de mudança, de dar um passo em frente, rumo a um futuro melhor. Temos de valorizar os recursos que temos e rentabilizá-los de forma mais eficiente, ajustar as nossas qualidades às necessidades e lutar, sempre.

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  11. 26. Que as oportunidades de emprego sejam realmente atribuídas a quem as merece e não a quem conhece "alguém".

    27. Que a má gestão e as negociatas debaixo da mesa sejam responsabilizadas criminalmente, para que em futuras decisões se pense e pondere antes de fazer.

    28. Sobretudo aprender com os erros do passado e do presente para que no futuro a Madeira seja um exemplo a seguir a nível ambiental, económico, social, cultural.

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  12. Seu bando de loucos e contituirem um partido.

    O partido dos falhados!

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  13. 29. Que as pessoas tenham a honestidade intelectual e moral de serem frontais e não se esconderem atrás do anonimato online para desafogar frustrações pessoais.

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  14. Sra Paula,

    1 - nem é preciso perguntar onde está a sua auto-estima, até porque é evidente da forma como faz questão de se apresentar!

    2 - é inútil perguntar qual é a sua motivação, até porque sei que não vai responder, mas também não é preciso. Pelo teor do seu comentário eu desconfio.

    3 - a opinião é algo que lhe incomoda? Será que está mesmo na juventude partidária certa? A existência de partidos autoritários é proibida pela CRP, daí que se deduza que não há partido que lhe "caiba que nem uma luva". Essa ideologia foi-se com o 25Abril.

    4 - a opinião com conteúdo e que apresente soluções para os problemas da actualidade faz-lhe confusão? Ah... esta pergunta é evidente. Claro que sim, deve ser mais adepta de outro tipo de soluções, mais radicais, quero eu dizer, e à semelhança das claques de futebol!

    5 - Se visita este blogue é porque aprecia o nosso trabalho e lê o que aqui é dito. Obrigado pela assiduidade.

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  15. 30. Que os nossos políticos lembrem-se da história, aquela que tende a repetir-se, aquela construída com erros que não podemos repetir.

    31. Que se oiça o povo, não sou ouvir de alguém falar ou de ler em blogs como o nosso, aquele dos números das insolvências, do desemprego, dos suicídios, dos desalojados, dos esfomeados. Daqueles que um dia eram como nós. "Os ainda privilegiados"

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  16. 32. Que a ALRAM seja um espaço pluralista, ideologicamente são, livre de ofensas pessoas ou argumentos falaciosos, onde haja uma saudável troca de ideias de modo a encontrarmos as melhores soluções para elevar este cantinho do Atlântico.

    33. Que a oposição se comporte com tal, com ideias e soluções e abandone o típico "bota-abaixo". Ser do contra não é fazer oposição. Ao apresentarem ideias e alternativas, serão parte integrante de uma solução conjunta e ganharemos todos com este debate saudável.

    34. Do mesmo modo, que a maioria parlamentar eleita pelo povo prime pelo profissionalismo, respeito e decência, pois a oposição também teve votos e é parte representativa da população. Unindo esforços as soluções tornam-se mais fáceis e os desafios mais leves. Se cada um cumprir o seu papel temos Democracia.

    35. Que seja aprovada uma lei de incompatibilidades que puna o enriquecimento ilícito e previna uma governação com claros conflitos de interesses. Que a Transparência e Integridade sejam qualidades presentes na ALRAM.

    36. Que o nosso bem mais precioso, a Natureza no seu estado selvagem, seja preservado e acarinhado. A aposta pode ser muito diversificada e o Eco-turismo, turismo de desporto (surf, vela, mergulho,...) e actividades relacionadas estão dependentes da uma boa preservação da Laurissilva e costa marítima. Se só tivermos túneis e betão para oferecer, um possível visitante seleccionará outro destino.

    37. Que se criem condições para agricultores e pescadores prosperarem. Um sector fundamental da nossa economia e muitas vezes esquecido pelo Estado e diminuído pela população.

    37. Que se fomente e recompense o brio pessoal resultante do trabalho e sentimento de dever cumprido em detrimento do ócio recompensado pelo Estado.

    38. Que haja bom-senso na ALRAM. Atitudes dignificantes e responsáveis de todos os elementos. Basta de comportamentos que nos envergonham a todos, como desfraldar bandeiras nazis.

    Haveria mais mas por agora terá que ser suficiente. Por último, e abrindo uma excepção respondendo a um comentário ignóbil, cobardemente escondido no anonimato proporcionado pela internet, lembro que na loucura reside a genialidade e se tal é necessário para anular a arrogância e atrevimento da ignorância, então um pouco desta loucura nunca fez mal a ninguém. Bem hajam a todos e sejam felizes.

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  17. 39- Que o Governo Regional, à imagem do Governo da República compareça em debates quinzenais, levado assim a um maior debate e troca de ideias entre um Governo que é legislador e uma Assembleia que sendo igualmente legislador, discute os problemas da população madeirense.

    40- Que os deputados saibam se comportar e mantenham um comportamento exemplar durante toda a legislatura. (Espero que principalmente não hajam faltas do partido do qual sou militante, senão lá se vai a maioria...)

    Maurício Ornelas

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  18. 41. Que os deputados eleitos, em especial os da JSD, sejam a voz activa dos jovens madeirenses. Uma forma de implementar esta ideia, passava pela realização de reuniões parlamentares regulares, pugnando por uma maior proximidade entre a ALRAM e a população jovem.

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  19. 42. Que a ALM abra as suas portas para um maior número de mulheres, através de uma lei da paridade. Os recentes episódios de violência política devem-se em parte aos excessos de testosterona na política regional.

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