O povo da ilha Madeira saiu à rua para votar e expressou a sua votante, e mais do que isso demonstrou o que pretendem para os próximos 4 (quatro) anos de governação da Região Autónoma da Madeira.http://regionais.mj.pt/index.html#none
Pelo que várias leituras há retirar do escrutino eleitoral.
Mandatar o PSD/Madeira para sua 10 (décima) maioria absoluta em eleições legislativas regionais, na certeza que é o único entre os candidatos que ainda pode oferecer um caminho.
Mas além da vitória, mesmo que com maioria parlamentar, sobressai a diminuição acentuada do número de votos, pelo que há que retirar conclusões desta diminuição, menos 18.783 votos que nas legislativas de 2007.
Há que perceber que alguma classe média, da classe activa e produtora da Região está descontente, e que grande parte do eleitorado dos centros urbanos mostrou o cartão amarelo à governação PSD/Madeira.
Salvo a melhor opinião, e na necessidade de para continuar na senda das maiorias, terá de existir por parte do PSD/M, uma maior abertura à sociedade civil, indo ao encontro do que é a actual realidade social e suas preocupações, bem como de uma prudente mas necessária renovação no seio do PSD/Madeira.
A passagem do P.S. de segunda para terceira força política, continua a evidenciar de um modo claro, o que representa a oposição na Ilha da Madeira.
Um partido que de em eleição em eleição, vai perdendo votos, eleitorado e representação.
Pode-se assim dizer que o resultado eleitoral de 09 de Outubro, não mais é o espelho do desnorte que este partido se encontra, além de não conseguir passar uma mensagem, nem o seu eleitorado saber qual o tipo de mensagem que querem passar.
Estes sim, precisam de um plano de resgate...
De um modo oposto, o C.D.S passou para a segunda força política na Madeira não por obra do acaso. Inversamente ao PS, soube aproveitar a conjuntura e passar uma mensagem a um target infalível, a classe média urbana descontente.
Por conseguinte, conseguindo transferir grande parte dos votos do eleitorado PSD/Madeira.
De salientar que transparece que este partido preparou esta eleição ao longo de 4 (quatro) anos, sob a orientação de Paulo Portas que pegou em José Manuel Rodrigues, deu-lhe tempo de antena, notoriedade preparando-o para o dia 09 de Outubro de 2011.
No entanto a suspensão do mandato do seu líder para continuar em São Bento, certamente será um desapontamento para os eleitores "centristas", e da oposição regional que perde "massa critica" e alternativa às iniciativas PSD/M.
No fundo uma grande premissa a retirar da politica regional, é dizer que o eleitorado Madeirense é tradicionalmente de direita, com a consequência de quase nulidade de esquerda política com responsabilidades de governação.
E isso esteve bem presente nos resultados do passado dia 09, com a saída do BE de da ALRAM, e a perda de representação da CDU.
Quererá então dizer que a mensagem formatada destes partidos é inadequada à realidade Madeirense?
Mais do que inadequada, é uma oposição mais do que propostas de denúncia.
Centram o sua actividade politica, na reivindicação em situações concretas e específicas, num target politico especifico, como é o caso das zonas altas do Funchal, dos bairros sociais.
Mas também podemos dizer que, perante os resultados de dia 09 forças políticas como a CDU, BE não tem já um eleitorado fiel......
Aliás, esse mesmo eleitorado que recebe a mensagem da reivindicação e da denuncia, transferiu grande parte do seu voto para partidos homónimos, como é o caso do PTP de J.M.Coelho, que com uma carrinha, um megafone e três pessoas formou um grupo parlamentar na ALRAM.
É certo que grande parte dos partidos de esquerda, inversamente ao bloco P.S. e P.S.D, não são transversais na sua mensagem e classe social, mas se continuarem deste modo "presos" ao mesmo discurso que desde que abriram portas, o caminho é o mesmo que a velha U.D.P. .....
Com surpresa surge e eleição do PAN , certo com um só deputado, na ALRAM, quem com sua eleição vem traduzir que há um espaço na politica regional para uma nova mensagem, para novas politicas. Bem como que, as preocupações do eleitorado são já mais maduras.
Pese embora a sua eleição, meritória certo, tem este partido de perceber que a actividade politica não esgota após a eleição, tem de continuar dia a dia.
Esperemos então pelo inicio da actividade parlamentar, que pela primeira vez, terá um PSD/Madeira com a menor maioria absoluta de sempre na ALRAM, e que sabe que pese embora tenha tido maioria parlamentar (fruto do método de hondt, concebido e baptizado pela ALRAM), sabe que só 48%, dos Madeirenses votaram (até porque o partido mais votado foi a abstenção) no partido da sete laranja.
Assim vai a politica Madeirense...
Rúben Aguiar Santos