Longo caminho percorremos para a democracia, conquistada e hoje em dia considerada dado assumido no mundo em que vivemos. Será? Não, não vou pelo caminho que estão a pensar, não estou a romper com o sistema, muito pelo contrário, mas hoje em dia sugere-se a falta de democracia quando a maioria não pensa como nós ou reivindica-se democracia quando queremos mais atenção e valorização para os nossos ideais e convicções. Democracia passou a ter a definição que nos for mais conveniente?
Exortar a apontar defeitos e falhas mas num esquecimento constante de realçar o bem feito e com qualidade, como que uma tendência para dizer mal por dizer, em nome da liberdade de pensamento e dos direitos democráticos. Somos livres se formos do contra? Ou somos livres se formos firmes nos nossos ideais e nas nossas convicções e a eles nos mantivermos fiéis?
Recorrer aos rótulos ou às generalizações não será, para além de pouco sensato pouco democrático? Em democracia não teremos todos o direito de acreditarmos e apoiarmos quem quisermos? De seguirmos a linha que nos parece fazer mais sentido sem que para isso se recorra logo a associações?
Perde-se tempo na rotulagem e na generalização que podia ser muito bem gasto a debater ou a ouvir ideias. Um verdadeiro fechar da mente porque para criticar é preciso conhecer e se à partida o nosso confronto já vem recheado de rótulos e generalizações, não há sequer espaço nem tempo para mais nada.
Pertencer a um partido para muitos é uma questão de ideais e em todos existem pessoas convictas, outras menos convictas, com qualidade ou com menos qualidade, mas para conhecer a verdadeira essência do outro é preciso deixar os rótulos e as generalizações à porta. Vamos ser verdadeiros democratas, seguir ideais, convicções mas debater ideias sem recorrer a argumentos que pouco dignificam a liberdade de expressão e pensamento.
Joana Homem da Costa
Rótulos só em garrafas sff, em pessoas não! Muito bem :)
ResponderEliminarPerdoem-me a curiosidade, mas "cubanos", "bastardos", "engenheiros de 4ªclasse",etc, não são rótulos?
ResponderEliminarÉ neste vosso ponto de vista que vejo que há entre os jovens do partido da governação uma ruptura ideológica que visa acabar com o discurso barato, provinciano, oco e sensacionalista.
Os meu parabéns por tal feito! Ainda há esperança.
Não deixo no entanto de realçar algo que acho da maior importância e respondendo a uma sua pergunta. Em democracia todos temos o direito de acreditarmos e apoiarmos quem quisermos, desde que haja uma sociedade saudável e informada, com pluralidade, oportunidade, liberdade de expressão, educação!, e acima de tudo regras que fomentem a diversidade de opiniões.
A Madeira é um caso peculiar na Europa "civilizada". Onde mais um governante pode ficar mais de 30 anos no poder? Onde mais se criam ícones de liderança inconstestável e onde uma população o segue de forma sumptuosa? Onde mais há interesses governativos misturados com interesses económicos monopolistas?
É impossível tratar a Autonomia dissociando de um sonho europeu de sociedade séria e integrada.
Para além de geograficamente sermos África, temos muito mais em comum com certos regimes africanos do que com a democracia europeia, da qual aliás recebemos mundos e fundos para a ela nos integrarmos.
Não é uma generalização nem rotulagem se dissermos que a Madeira tem um problema sério de iliteracia e civismo. Há estudos que o comprovam e e notório uma sociedade inclinada para ícones. Um, em especial.
Não é preciso ser um génio para concluir que uma sociedade assim nada tem de saudável, principalmente quando todos os dias nos deparamos com situações anormais, de ambos os lados.
A rotulagem existe, quer queiramos, que não. Somos portugueses, madeirenses, funchalenses, vicentinos, etc, homens, mulheres, e os rótulos não acabam por aqui porque todas as nossas diferenças fazem um todo nessa sociedade. Tal qual um voto democrático! A questão está no bom senso de como invocamos esses rótulos, e esse bom senso não se aprende em escola nenhuma. São valores sociais, adquiridos, perpetuados e nem sem são benéficos.
Lembrem-se que a democracia também elegeu ditadores e criminosos políticos.
Perdoe-me o Senhor Sílvio Santos mas alguma vez me ouviu a usar desses rótulos que menciona? Porque segundo os meus conceitos cada um responde por si e como não o conheço não consigo entender a sua insinuação, quer dizer consigo, mas segundo as linhas pela qual sigo não. Porque normalmente respondo por mim, pelas minhas atitudes e pelo que sai da minha boca.
ResponderEliminarPosto isto também faço referência que existe uma diferença entre rótulos, quando não se conhece o “produto” e as suas características e simplesmente chamar as coisas pelos nomes, por exemplo, engenheiros de 4ª classe, com provas dadas para terem essa conotação, não é um rótulo, mas sim uma constatação ou no máximo um insulto ou ofensa, não lhe parece?
Dou-lhe os parabéns também a si por começar a prestar atenção ao discurso que não é barato, provinciano, oco e sensacionalista. Eu há alguns anos, alguns porque ainda sou nova, que o oiço, mas cada um ouve o que quer da forma de quer e tem todo o direito a isso, afinal, estamos num País e numa Região que são livres.
Da mesma forma que são livres as pessoas de ouvir os discursos, de concordar com eles e dar o seu voto, vivemos em democracia e defenderei a democracia sempre. Recuso-me a rotular o povo de pouco inteligente, pouco educado quando se dirige às mesas de voto. Tenho e sempre terei o maior respeito pelo povo madeirense, onde me incluo com muito orgulho que sabe o que quer e faz as suas escolhas. Quem não concorda com essas escolhas poderia também usar da inteligência para enfrentar e alterar a intenção de voto de outra forma sem ser as insinuações de tacanhez de pensamento do povo, isso sim, para mim, pensamento básico.
“Problemas sérios de iliteracia e civismo” considero uma insinuação ofensiva ao povo madeirense, para mentes democráticas e conhecedoras da essência dos madeirenses isso sim é tacanhez de pensamento, prova disso são os resultados nos últimos anos em que se tenta destronar um líder usando sempre da mesma técnica e dos mesmos argumentos esperando resultados diferentes. Que tal mudar a estratégia?
Mas cada um acredita no que lhe faz sentido, eu por exemplo acredito no debate de ideias, na liberdade de expressão com respeito pelo próximo, acredito principalmente na Madeira e no povo madeirense e a sua vontade impera e merece todo o respeito, sabem muito bem o que querem e quem querem.
Por último agradeço os seus comentários, nada como debater ideias neste espaço.