quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Sem Rótulos nem Generalizações...





Longo caminho percorremos para a democracia, conquistada e hoje em dia considerada dado assumido no mundo em que vivemos. Será? Não, não vou pelo caminho que estão a pensar, não estou a romper com o sistema, muito pelo contrário, mas hoje em dia sugere-se a falta de democracia quando a maioria não pensa como nós ou reivindica-se democracia quando queremos mais atenção e valorização para os nossos ideais e convicções. Democracia passou a ter a definição que nos for mais conveniente?

Exortar a apontar defeitos e falhas mas num esquecimento constante de realçar o bem feito e com qualidade, como que uma tendência para dizer mal por dizer, em nome da liberdade de pensamento e dos direitos democráticos. Somos livres se formos do contra? Ou somos livres se formos firmes nos nossos ideais e nas nossas convicções e a eles nos mantivermos fiéis?


Recorrer aos rótulos ou às generalizações não será, para além de pouco sensato pouco democrático? Em democracia não teremos todos o direito de acreditarmos e apoiarmos quem quisermos? De seguirmos a linha que nos parece fazer mais sentido sem que para isso se recorra logo a associações?

Perde-se tempo na rotulagem e na generalização que podia ser muito bem gasto a debater ou a ouvir ideias. Um verdadeiro fechar da mente porque para criticar é preciso conhecer e se à partida o nosso confronto já vem recheado de rótulos e generalizações, não há sequer espaço nem tempo para mais nada.

Pertencer a um partido para muitos é uma questão de ideais e em todos existem pessoas convictas, outras menos convictas, com qualidade ou com menos qualidade, mas para conhecer a verdadeira essência do outro é preciso deixar os rótulos e as generalizações à porta. Vamos ser verdadeiros democratas, seguir ideais, convicções mas debater ideias sem recorrer a argumentos que pouco dignificam a liberdade de expressão e pensamento.




Joana Homem da Costa

3 comentários:

  1. Rótulos só em garrafas sff, em pessoas não! Muito bem :)

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  2. Perdoem-me a curiosidade, mas "cubanos", "bastardos", "engenheiros de 4ªclasse",etc, não são rótulos?
    É neste vosso ponto de vista que vejo que há entre os jovens do partido da governação uma ruptura ideológica que visa acabar com o discurso barato, provinciano, oco e sensacionalista.
    Os meu parabéns por tal feito! Ainda há esperança.

    Não deixo no entanto de realçar algo que acho da maior importância e respondendo a uma sua pergunta. Em democracia todos temos o direito de acreditarmos e apoiarmos quem quisermos, desde que haja uma sociedade saudável e informada, com pluralidade, oportunidade, liberdade de expressão, educação!, e acima de tudo regras que fomentem a diversidade de opiniões.
    A Madeira é um caso peculiar na Europa "civilizada". Onde mais um governante pode ficar mais de 30 anos no poder? Onde mais se criam ícones de liderança inconstestável e onde uma população o segue de forma sumptuosa? Onde mais há interesses governativos misturados com interesses económicos monopolistas?
    É impossível tratar a Autonomia dissociando de um sonho europeu de sociedade séria e integrada.
    Para além de geograficamente sermos África, temos muito mais em comum com certos regimes africanos do que com a democracia europeia, da qual aliás recebemos mundos e fundos para a ela nos integrarmos.
    Não é uma generalização nem rotulagem se dissermos que a Madeira tem um problema sério de iliteracia e civismo. Há estudos que o comprovam e e notório uma sociedade inclinada para ícones. Um, em especial.
    Não é preciso ser um génio para concluir que uma sociedade assim nada tem de saudável, principalmente quando todos os dias nos deparamos com situações anormais, de ambos os lados.
    A rotulagem existe, quer queiramos, que não. Somos portugueses, madeirenses, funchalenses, vicentinos, etc, homens, mulheres, e os rótulos não acabam por aqui porque todas as nossas diferenças fazem um todo nessa sociedade. Tal qual um voto democrático! A questão está no bom senso de como invocamos esses rótulos, e esse bom senso não se aprende em escola nenhuma. São valores sociais, adquiridos, perpetuados e nem sem são benéficos.
    Lembrem-se que a democracia também elegeu ditadores e criminosos políticos.

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  3. Perdoe-me o Senhor Sílvio Santos mas alguma vez me ouviu a usar desses rótulos que menciona? Porque segundo os meus conceitos cada um responde por si e como não o conheço não consigo entender a sua insinuação, quer dizer consigo, mas segundo as linhas pela qual sigo não. Porque normalmente respondo por mim, pelas minhas atitudes e pelo que sai da minha boca.

    Posto isto também faço referência que existe uma diferença entre rótulos, quando não se conhece o “produto” e as suas características e simplesmente chamar as coisas pelos nomes, por exemplo, engenheiros de 4ª classe, com provas dadas para terem essa conotação, não é um rótulo, mas sim uma constatação ou no máximo um insulto ou ofensa, não lhe parece?

    Dou-lhe os parabéns também a si por começar a prestar atenção ao discurso que não é barato, provinciano, oco e sensacionalista. Eu há alguns anos, alguns porque ainda sou nova, que o oiço, mas cada um ouve o que quer da forma de quer e tem todo o direito a isso, afinal, estamos num País e numa Região que são livres.

    Da mesma forma que são livres as pessoas de ouvir os discursos, de concordar com eles e dar o seu voto, vivemos em democracia e defenderei a democracia sempre. Recuso-me a rotular o povo de pouco inteligente, pouco educado quando se dirige às mesas de voto. Tenho e sempre terei o maior respeito pelo povo madeirense, onde me incluo com muito orgulho que sabe o que quer e faz as suas escolhas. Quem não concorda com essas escolhas poderia também usar da inteligência para enfrentar e alterar a intenção de voto de outra forma sem ser as insinuações de tacanhez de pensamento do povo, isso sim, para mim, pensamento básico.
    “Problemas sérios de iliteracia e civismo” considero uma insinuação ofensiva ao povo madeirense, para mentes democráticas e conhecedoras da essência dos madeirenses isso sim é tacanhez de pensamento, prova disso são os resultados nos últimos anos em que se tenta destronar um líder usando sempre da mesma técnica e dos mesmos argumentos esperando resultados diferentes. Que tal mudar a estratégia?

    Mas cada um acredita no que lhe faz sentido, eu por exemplo acredito no debate de ideias, na liberdade de expressão com respeito pelo próximo, acredito principalmente na Madeira e no povo madeirense e a sua vontade impera e merece todo o respeito, sabem muito bem o que querem e quem querem.

    Por último agradeço os seus comentários, nada como debater ideias neste espaço.

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