Com as eleições legislativas regionais à porta é interessante reparar nalguns acontecimentos que têm marcado a actualidade político-económica.
A caminho de Outubro…
1- Com dívidas que já têm algum tempo só agora, em plena campanha eleitoral, é que surgiu este bombardeamento de notícias e de revelações acerca da nossa dívida. Pergunto-me se a coincidência é assim tão grande…
A caminho de Outubro…
2- Uma auditoria. É quase unânime que necessitamos de uma auditoria, não diria externa, mas sim em cooperação entre entidades regionais (Secretaria Regional do Plano e das Finanças) e entre entidades do Governo Central (Ministério das Finanças e Administração Pública). É curioso o facto do próprio Primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, alinhar pelo mesmo diapasão daqueles que pedem o resultado da auditoria para ontem. Recorde-se: nas directas do PSD a Madeira foi o distrito onde Passos Coelho perdeu por larguíssima margem, e desde então as relações “institucionais” entre os dois “PSD’s”, o regional e o nacional não têm sido as melhores. Quezílias internas?
A caminho de Outubro…
3- Queixam-se os Portugueses do Continente que não têm que pagar, e consequentemente ser solidários, com a dívida Madeirense. E queixam-se em todo lado: Televisão, Rádio, Jornais, Blogues, Redes Sociais, etc. Lembro que sempre que foi preciso fazer sacrifícios, face a alguns desvarios nas políticas governativas, tanto à direita (submarinos), como à esquerda (demasiados para enumerar neste post), as Regiões Autónomas também foram chamadas para abdicar de parte das suas riquezas, das suas fontes de rendimento. Espírito solidário precisa-se… Talvez chegue pelo Natal J
P.S.- É igualmente interessante observar uma certa incredulidade por parte do Governo Regional, que parece não saber como contrariar este feed de notícias, mostrando-se algo desnorteado.
A caminho de Outubro… Haverá pano para mangas…
Maurício Ornelas
Sim, se o Presidente do Governo Regional tivesse apresentado as contas a tempo e horas tinha ajudado um pouco na questão do timming. Mas independentemente do timming é verdade não é? E qual é a opinião do Sr. Maurício Ornelas sobre isso?
ResponderEliminarA minha opinião é simples: deve-se sempre prestar contas a quem temos que prestar, e sempre no tempo devido.
ResponderEliminarO que não invalida todo um conjunto de situações estranhas, com uns timings bastantes particulares, que constitui o tema central deste pequeno post.
Também eu questiono o timing: é que não podia haver um timing pior para os portugueses para se descobrir numa única região um buraco equivalente a metade do buraco que se encontrou nas contas da Administração Central. E posso ser acusada de ser "continentalista", mas não me parece que o esforço deva recair todo sobre todos os portugueses. É que o documento que a Presidência do Governo Regional divulgou realça uma coisa: os frutos da despesa da RAM foram em prol da Madeira - e tal é de facto de louvar, sobretudo se os dados apresentados sobre o seu desenvolvimento forem verdadeiros e se de facto tal foi feito sem qualquer apoio da AC. Ora é justamente este facto de que duvido, uma vez que, mesmo não tendo sido o Governo da República a fazer as obras a que o documento se refere, sempre existiu financiamento à RAM (ou não é assim?).
ResponderEliminarAs quezílias internas a que se refere, a existirem, não se notam, porque de outra forma teríamos uma reacção bem menos branda para com esta situação. Não podemos andar todos a fazer sacrifícios para uma região andar a minorá-lo com gastos de estímulo que não podemos sustentar, porque não só os resultados não melhoram a situação em que nos encontramos como também a agravam. Estamos sobre pressão internacional, na qual não temos qualquer influência e, bem mais grave, estamos dependentes dos resultados que apresentamos para conseguir os fundos de que necessitamos para tentar dar a volta a situação. Não é admissível seja à RAM, seja à RAA ou mesmo à AC que haja um desfalque que nos afaste dos objectivos que nos estão a condicionar a TODOS.
Por outro lado, de nada serve questionar a apatia do Governo Regional. Que outra reacção esperava?! Descobriram-lhes a careca! Nada mais há a fazer do que admitir que existe um buraco financeiro gravíssimo e que é preciso enfrentá-lo. E se a Madeira o criou, deve ser a Madeira a primeira a criar condições para o resolver, a apresentar medidas concretas de corte na despesa e de angariação de receitas. E tem de haver responsabilidade política, por muito que se simpatize com Alberto João Jardim.
MF
Caro cronista,
ResponderEliminarvou ser "curto" e "grosso". O continente sempre sustentou as ilhas, sendo que os habitantes das ilhas são largamente beneficiados em relação aos continentais e agora temos de suportar o buraco colossal da madeira?? O PSD Madeira e a própria JSD Madeira auferem de muito mais capital do que os congeneres continentais, e agora? vamos continuar a pagar os vicios de uma minoria e do seu líder???
Faltou-me ainda um pequeno comentário em relação à questão da auditoria: nunca poderá/deverá ser feita envolvendo as entidades regionais, por uma questão de transparência e conflito de interesses (e sim, pode-se colocar a mesma questão quanto ao envolvimento do governo central). O ideal seria uma auditoria externa - com a devida contenção de custos! E concordo consigo: é incontornável. No entanto, não é nenhuma solução para o problema.
ResponderEliminarMF
Não me parece justo que sejamos nós, madeirenses, a suportar todos os sacrifício. Mais uma vez insisto que todos os Portugueses tiveram de cobrir o Túnel do Marquês, os estádios do Euro 2004, os submarinos, auto-estradas sem rentabilidade nenhuma apesar de portagens absurdas, OTA's, TGV's e outros que tais, logo, em conformidade com esta lógica solidária, as contas públicas da Região devem ser colocadas em ordem com a ajuda de todos os Portugueses.
ResponderEliminarO documento hoje divulgado demonstra onde foram gastos os milhões, e como surgiu o buraco. E sim, que não subsistam dúvidas acerca da utilidade da esmagadora maioria dos investimentos! Os apoios dados pela Administração Central foram manifestamente insuficientes para aquilo que era preciso fazer.
Quanto à questão das quezílias internas, esperarei até dia 7 de Outubro, último dia de campanha para confirmar as minhas suposições...
O buraco é grande, é conhecido e admitido por todos. Há que trabalhar numa solução para suprimi-lo o melhor possível.
Maurício Ornelas
Não vamos comparar, meu caro camarada. O buraco deixado pela madeira, comparativamente, é bem maior que o do euro,etc... E esses investimentos não se dedicavam a um nixo da populacao nem a luxos dos habitantes de um ilheu, sabia??? e ainda por cima esconderam
ResponderEliminarOs dos habitantes de um ilhéu a que se refere, são escolas em todos os concelhos, são aeroportos (o da Madeira e Porto Santo), centros de Saúde, etc... Luxos são os dois submarinos, que hoje veio-se a saber que vão custar mais uns valentes milhões, são auto-estradas que não vão dar a lado nenhum e têm meia dúzia de utilizadores, é a dívida dos PALOP a Portugal, que já vai em 1.800 milhões! Como se pode ver a dívida da Madeira não é "bem maior que a do euro, etc", muito pelo contrário, é bem mais pequena!
ResponderEliminarCorrecção: "Os luxos dos habitantes a que se refere"
ResponderEliminarMeu caro, eu NÃO quero e NÃO vou pagar outro BPN.... O dinheiro gasto nos LUXOS da madeira, sim, LUXOS é equivalente a perda do susbsidio de natal pelos cidadaos portugueses, sabia??? Os Madeirenses tem beneficios que mais nenhum cidadao tem, a começar pelas bolsas especiais para estudantes, independentemente da condição financeira, continuando pelas altas festas patrocinadas pelo Governo Regional e respectivo partido e pelas inúmeras actividades e markting de ostentação do chamado "partido único"
ResponderEliminarCertamente que sabe que partido único existe apenas em países com regime ditatorial...
ResponderEliminarO Sr./Sra. também NÃO quererá e NÃO irá pagar o buraco da Estradas de Portugal (2,5 mil milhões). O Sr./Sra. também NÃO quererá e NÃO irá pagar o buraco da REFER (6 mil milhões). Igualmente NÃO quererá e NÃO irá pagar o buraco das empresas públicas do Porto, o da Câmara de Lisboa (que por sinal já vai em 2 mil milhões,etc.
E uma pequena correcção: O Governo Regional distribui bolsas aos alunos que estudam fora da Região, dependendo da sua condição financeira.
Partiu do principio de que sou um senhor, quando na verdade sou uma Senhora! Quanto às dividas que referiu, são de infastruturas usadas pela população em geral, sabia??? Relativamente ao regime ditatorial, é melhor não irmos por aí...
ResponderEliminarCaro/a Anónimo ou MF.. "(...)Os Madeirenses tem beneficios que mais nenhum cidadao tem, a começar pelas bolsas especiais para estudantes, independentemente da condição financeira(...)". Permita-me discordar.. Mas isso não é de forma alguma verdade, nem nunca foi! E posso falar por conhecimento de imensos casos, que estão no continente português a estudar com grande esforço das suas famílias e deles próprios, que muitas vezes nem podem vir à sua Terra Natal passar o Natal com a família, pois isso é um luxo ao qual não se podem dar...
ResponderEliminarDa maneira como escreve, faz-me parecer que para si, os Madeirenses ficariam retidos no Ilhéu, onde estudariam única e exclusivamente aquilo que a Universidade da Madeira lhes pudesse oferecer... E depois dizem que não somos tratados como portugueses de segunda...
Não percebo porque é que a população dos vários distritos do continente português não tiveram a mesma reacção por terem que pagar o Túnel do Marquês, por exemplo.
Sou Ilhéu, e com imenso orgulho em sê-lo, tal como tenho de ser Português! Acusam-nos de querermos independência.. de sermos separatistas.. quando no fundo os primeiros a fazer distinção entre uns e outros não somos nós...
Cara MF, o objectivo deste blog é sem dúvida a expressão e debate de opiniões e ideias, por isso, seja sempre bem vinda. No entanto, deixo-lhe apenas um reparo (que como é óbvio é livre de aceitar ou não)... Nenhum de nós (e aqui incluo-me no rol dos contribuidores)é fundamentalista, bem pelo contrário. Todos são capazes de discutir um tema sem versar o "porque sim" de quem não sabe e não quer saber do fundamentalista. Todos irão tratar de discutir os vários pontos de vista, sem nunca se desviar das questões e muito provavelmente assumirão posições que para alguns seria tabu. E acima de tudo tratarão com respeito as pessoas independentemente da sua proveniência ou cor política.. peço-lhe que faça o mesmo e não nos rebaixe apenas porque somos Ilhéus, apenas porque tivemos a sorte de nascer, como diz a música, num jardim à beira-mar plantado e termos orgulho disso...