“A intervenção activa é a única possibilidade que temos de tentar passar do isolamento das nossas ideias e das teorias das nossas palavras à realidade da actuação prática, sem a qual as ideias definham e as palavras se tornam ocas.”
Francisco Sá Carneiro (12 de Outubro de 1969)
Francisco Sá Carneiro (12 de Outubro de 1969)
Cada geração tem o seu papel na história, conforme a época que atravessa, marcada por perspectivas, contrariedades, facilidades, vicissitudes, momentos que a caracterizam. Avançamos para a modernização do pensamento e para a evolução das economias e das sociedades, por isso cabe a cada geração honrar o legado que recebe, sabendo dar-lhe continuidade com tudo o que o caracteriza de bom e de mau.
Nós somos a geração da Autonomia. Já nascemos Autónomos, pelo esforço e empenho de gerações anteriores que assim o permitiram. Não seja esse um factor inibidor de conhecermos e valorizarmos a importância de termos nascido numa Região Autónoma. Muito pelo contrário, é nossa obrigação instruirmo-nos sobre o nosso passado, anterior à Autonomia, as dificuldades e contrariedades enfrentadas e reconhecer a mais-valia de sermos, hoje em dia, uma Região Autónoma.
O conhecimento permite uma intervenção activa, consciente e ponderada, ciente da realidade. Compreender e conhecer o passado para assim agir e intervir no presente por um futuro melhor. No entanto, a Autonomia é um conceito dinâmico, que necessita, a todo o momento, de ser trabalhado e consolidado.
Sejamos então a Geração da Autonomia, aquela que reconhece o percurso percorrido e o legado deixado, que se empenha no presente consciente das dificuldades, sem esperar somente facilidades, lutando pelos seus direitos mas cumprindo com o seu dever cívico de ser o melhor que conseguirmos na nossa sociedade. Não queremos só receber, queremos também dar o nosso contributo.
Cada geração deve fazer o melhor, com aquilo que tem ao seu dispor. Faremos o nosso melhor com o cenário que temos, tal como, as gerações anteriores também fizeram. Mantenhamos no nosso horizonte a visão de um futuro melhor, alicerçado numa Autonomia cada vez mais sólida.
Seguindo o mote de Sá Carneiro não deixaremos as ideias definhar e as palavras se tornarem ocas, não deixaremos que todo o empenho pela Autonomia esmoreça pela descrença e pelo cepticismo conjugado com comportamentos de comodismo e imposição. Seremos activos, não nos limitaremos à crítica, mas sim à acção.
Joana Homem da Costa
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