terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

(In)Tolerância de ponto

A tolerância de ponto concedida pelo Governo Regional da Madeira para a época carnavalesca tem feito correr muita tinta. É uma situação recorrente. Todos os anos na nossa ilha, é dada tolerância de ponto por esta altura e sempre há quem concorde e quem discorde.

Vários argumentos são esgrimidos consoante o lado da barricada que se defende. Mais uma vez, todos os anos ouvem-se conversas de café acerca deste assunto. Este ano parece que estas conversas de café tiveram uma amplitude enorme e chegaram aos media um pouco por todo o País. Sou da opinião que este debate, em torno desta questão, é um falso debate criado para desviar atenções de outros assuntos que são mais importantes, muito mais importantes, na actualidade nacional e regional.

Porquê discutir uma tolerância de ponto que sempre foi dada, não tem impacto negativo nenhum na produtividade Regional, visto que a Madeira por esta altura tem um pico turístico importante no panorama do turismo regional?
É mau vício Português, e Madeirense, aquele que põe a população a "bilhardar" sobre assuntos sem interesse. Pois bem, esse vício alastrou-se à comunicação social. Como já foi dito por muitos, fizeram-se muitas notícias por causa desta tolerância de ponto na Região, mas quando analisámos o número de notícias em relação à tolerância de ponto dada pela Câmara de Lisboa, observamos que há um desfasamento gritante para duas situações, que não idênticas, mas que são muito semelhantes.

A Madeira tem uma tradição nesta tolerância de ponto, e mais que isso, tem no Carnaval (na minha opinião o melhor do país - puxando a brasa à sardinha) um cartaz turístico importante, e uma ocupação hoteleira digna de registo. E o que razões tem a Câmara de Lisboa para conceder esta tolerância de ponto? Porquê que não foi dada a mesma cobertura às duas decisões?

É realmente difícil não tentar conjecturar um cenário de ataque sem sentido à Região quando se analisa esta (ou melhor, mais uma) situação que se rege por um costume e normalidade regional.


Maurício Ornelas

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