Várias são as alusões, nos dias de hoje, aos famosos 3 Fs definidos nos tempos de Salazar e tão hostilizados nos tempos pós Marcelo Caetano. Será que voltámos aos tempos dos 3 Fs, do Futebol, Fado e Fátima? Ou será que em vez de regredir deveríamos avançar e adequar a política dos 3 Rs a mais do que os resíduos?Não estaremos neste tempo moderno a precisar mesmo é dos 3 Rs aplicados de modo alargado?
Reduzir, interligando com a famosa frase “menos, muito menos”, por estarmos perante uma fase que se pede maior contenção, trabalhar mais e dar menos nas vistas, conquistar e ganhar pelas ideias e não pelo show off, não parece uma ideia inteligente? Esperam-se tempos difíceis, as pessoas querem soluções não querem circos, muito menos pseudo-vedetas com campanhas de auto-promoção, que podem preencher uma tarde, dar algum toque de agitação ao quotidiano preocupado e monótono, mas não trazem soluções nem metem comida na mesa. Reduzir o supérfluo numa óptica de definir prioridades.
Reutilizar, no sentido de evitar as ideias que o espírito de renovação é que vai mudar tudo, tirar tudo e colocar o novo, como se nada pudesse ser melhorado ou transformado, não aproveitando as contrapartidas da experiência conjugada com uma lufada de ar fresco de energia renovada. Será sim necessário alterações de métodos quando a realidade se altera, mas o conhecimento e a experiência de quem sabe mais da prática do que da teoria parece ser fulcral para o sucesso.
Reciclar, perante uma alteração na conjuntura actual às vezes basta olhar em redor com outros olhos e não se distrair com os argumentos fáceis de que o que existiu não prestou ou não serviu, como se a culpabilização pelo passado pudesse só por si resolver o futuro sem um total investimento no presente. A verdadeira introspecção e análise para permitir um reciclar de metodologias, ideias e medidas, alterar sem mudar o sentido ou função, ajustar à realidade, melhorar, inovar, principalmente agir e nunca estagnar…
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